Prelúdio do Espaço Escola: Porque o Passe?
A porta de saída franqueou, só. Nesse momento, é evidente, terminou. Terminou, então passe. Fim da análise e passe como direito e avesso da mesma moeda. Lados, ao mesmo tempo, ligados e distintos.
Com o clarão, aquele do passe clínico ao final da análise, há, para citar Lacan, “outra luz”. Não que não haja mais sombra, há o que resta e permanecerá na sombra, um real não absorvível, mas que de fato não está mais em questão. Fim da busca por sentido, não faz mais sentido.
A perspectiva muda e com ela o sujeito, definitivamente. Existe um antes e um depois. Redução e reversão incalculáveis. Mudança radical, radical e imprevisível. A análise se manifesta como uma operação lógica e disso, talvez, possamos testemunhar, movidos pelo entusiasmo e pela satisfação.
«Mas não é para gerar um mais, porque quem se oferece para o passe está numa posição de sujeito completamente diferente. Não é nem mesmo um sujeito. Ele se oferece a esse estado de objeto que é aquele para o qual a posição do analista o destina» (Jacques Lacan, Jornadas de novembro de 1975).
CHRISTELLE SUC – Analista de Escola (A.E.) da EPFCL (2022-2025), Membro da EPFCL-França, Psicóloga, Ensinante no Colégio Clínico Sudoeste-França.
Tradução: Angela Mucida
Revisão: Graça Pamplona